quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Adeus

Vai,
Segue seu caminho
E me deixe aqui com meus espinhos.
Não precisa apagar a luz,
Quando der as costas estará escuro.
Vai,
Leva meus sonhos,
Destrua meu castelo,
Que eu pensava estar tão firme...
Castelo de areia,
Ainda ontem era de pedra!
Leva,
Eu fico aqui sozinha.
Vou
Sofrer,
Sangrar,
Vou até chegar a acreditar
Que não posso suportar...
Mas vou me erguer!
Não se esqueça de levar contigo
O coração,
Lembra?
Eu tenho um!
Esse eu te dou,
Pode levar.

Leva essa terra que você habitou,
Ela não presta para novo plantio.
Vou ao mercado comprar terra nova
E adubar...
Olha,
Não esqueça que te dei tudo
Que eu tinha de melhor.
Era pouco?
O que iria fazer então?
Não podia te perder!
Isso não!
Então, te dei meu pior.
Será que assim você ficaria feliz?
Eu tive que tentar,
Não foi uma boa solução.
Falhei...
Então vai,
Anda!
Não me pode ver chorar!
Já não há chão para pisar,
Não há tábua em alto mar.
Deixa comigo a dor,
Não precisa levar.
Mesmo porque,
Sei que isso você não iria querer compartilhar.
Eu fico,
Vou recomeçar,
Adeus.

Anne Moraes,
2008

Um comentário:

Lerbach disse...

Muito legal.. não sabia que fazia poemas. Esse ficou muito bom, parabéns ;)