Estranho como isso é estranho.
Estranho como entra em minhas entranhas
Estranho como toma posse de mim,
de nós...
É marca-passo, a cada passo,
destino.
Quem se esconde?
Não há onde.
E me leva, me arrasta.
Ora, bate a porta em minha cara.
Ora, me acolhe como nunca antes,
destino.
Indestinado para ser destino.
Muito irônico, irresponsável
Brinca com o irreparável,
até que destroça o que resta.
E quando pensa que nada mais presta,
vem turbilhão arrasador,
Destino consolador.
Anne Moraes,
1996
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