Vai,
Segue seu caminho
E me deixe aqui com meus espinhos.
Não precisa apagar a luz,
Quando der as costas estará escuro.
Vai,
Leva meus sonhos,
Destrua meu castelo,
Que eu pensava estar tão firme...
Castelo de areia,
Ainda ontem era de pedra!
Leva,
Eu fico aqui sozinha.
Vou
Sofrer,
Sangrar,
Vou até chegar a acreditar
Que não posso suportar...
Mas vou me erguer!
Não se esqueça de levar contigo
O coração,
Lembra?
Eu tenho um!
Esse eu te dou,
Pode levar.
Leva essa terra que você habitou,
Ela não presta para novo plantio.
Vou ao mercado comprar terra nova
E adubar...
Olha,
Não esqueça que te dei tudo
Que eu tinha de melhor.
Era pouco?
O que iria fazer então?
Não podia te perder!
Isso não!
Então, te dei meu pior.
Será que assim você ficaria feliz?
Eu tive que tentar,
Não foi uma boa solução.
Falhei...
Então vai,
Anda!
Não me pode ver chorar!
Já não há chão para pisar,
Não há tábua em alto mar.
Deixa comigo a dor,
Não precisa levar.
Mesmo porque,
Sei que isso você não iria querer compartilhar.
Eu fico,
Vou recomeçar,
Adeus.
Anne Moraes,
2008
quarta-feira, 10 de dezembro de 2008
sábado, 6 de dezembro de 2008
Quase
Um pouco mais de sol - eu era brasa,
Um pouco mais de azul - eu era além.
Para atingir, faltou-me um golpe de asa...
Se ao menos eu permanecesse aquém...
Assombro ou paz? Em vão... Tudo esvaído
Num grande mar enganador de espuma;
E o grande sonho despertado em bruma,
O grande sonho - ó dor! - quase vivido...
Quase o amor, quase o triunfo e a chama,
Quase o princípio e o fim - quase a expansão...
Mas na minh'alma tudo se derrama...
Entanto nada foi só ilusão!
De tudo houve um começo ... e tudo errou...
- Ai a dor de ser - quase, dor sem fim...
Eu falhei-me entre os mais, falhei em mim,
Asa que se enlaçou mas não voou...
Momentos de alma que, desbaratei...
Templos aonde nunca pus um altar...
Rios que perdi sem os levar ao mar...
Ânsias que foram mas que não fixei...
Se me vagueio, encontro só indícios...
Ogivas para o sol - vejo-as cerradas;
E mãos de herói, sem fé, acobardadas,
Puseram grades sobre os precipícios...
Num ímpeto difuso de quebranto,
Tudo encetei e nada possuí...
Hoje, de mim, só resta o desencanto
Das coisas que beijei mas não vivi...
Um pouco mais de sol - e fora brasa,
Um pouco mais de azul - e fora além.
Para atingir faltou-me um golpe de asa...
Se ao menos eu permanecesse aquém...
Mário de Sá-Carneiro
Um pouco mais de azul - eu era além.
Para atingir, faltou-me um golpe de asa...
Se ao menos eu permanecesse aquém...
Assombro ou paz? Em vão... Tudo esvaído
Num grande mar enganador de espuma;
E o grande sonho despertado em bruma,
O grande sonho - ó dor! - quase vivido...
Quase o amor, quase o triunfo e a chama,
Quase o princípio e o fim - quase a expansão...
Mas na minh'alma tudo se derrama...
Entanto nada foi só ilusão!
De tudo houve um começo ... e tudo errou...
- Ai a dor de ser - quase, dor sem fim...
Eu falhei-me entre os mais, falhei em mim,
Asa que se enlaçou mas não voou...
Momentos de alma que, desbaratei...
Templos aonde nunca pus um altar...
Rios que perdi sem os levar ao mar...
Ânsias que foram mas que não fixei...
Se me vagueio, encontro só indícios...
Ogivas para o sol - vejo-as cerradas;
E mãos de herói, sem fé, acobardadas,
Puseram grades sobre os precipícios...
Num ímpeto difuso de quebranto,
Tudo encetei e nada possuí...
Hoje, de mim, só resta o desencanto
Das coisas que beijei mas não vivi...
Um pouco mais de sol - e fora brasa,
Um pouco mais de azul - e fora além.
Para atingir faltou-me um golpe de asa...
Se ao menos eu permanecesse aquém...
Mário de Sá-Carneiro
Os olhos
Há um caminho dentro de mim,
que ninguém jamais percorreu.
Este caminho é confuso,
para quem seu mistério tenta desvendar.
De início, sua beleza é indiscutível.
Mas, se acreditando na aparência
que esconde a dor, insiste continuar,
tudo se transforma...
Há um lago nesse caminho,
um lago que nunca consigo atravessar.
Quando chego perto dele, tem os olhos
que me encaram.
Eu não sei o que eles pedem,
Mas, sei que querem algo.
Se toco com a ponta dos dedos, apenas toco,
os olhos estremessem, como se quisessem chorar,
como se quisessem partir, com as infinitas ondas leves,
tão leves que parecem querer voar.
Mas quem voa são os pássaros,
os olhos ficam alí, parados,
num leito profundo de prata,
sem nada poder falar.
Anne Moraes,
1994
que ninguém jamais percorreu.
Este caminho é confuso,
para quem seu mistério tenta desvendar.
De início, sua beleza é indiscutível.
Mas, se acreditando na aparência
que esconde a dor, insiste continuar,
tudo se transforma...
Há um lago nesse caminho,
um lago que nunca consigo atravessar.
Quando chego perto dele, tem os olhos
que me encaram.
Eu não sei o que eles pedem,
Mas, sei que querem algo.
Se toco com a ponta dos dedos, apenas toco,
os olhos estremessem, como se quisessem chorar,
como se quisessem partir, com as infinitas ondas leves,
tão leves que parecem querer voar.
Mas quem voa são os pássaros,
os olhos ficam alí, parados,
num leito profundo de prata,
sem nada poder falar.
Anne Moraes,
1994
Destinado
Em pensar que sou apenas uma máscara que usa para cobrir a face de sua preciosa solidão, sinto que começo a despertar. E é como se você morresse aos poucos em mim. Aos poucos me liberto dessa prisão de sofrimentos em que metade de mim insiste ficar.
Anne Moraes,
1995
Anne Moraes,
1995
Mistério em mim
Oh lua,
lua nua.
Sabe tudo que não vejo,
meus mais secretos desejos,
nua lua.
O que sei, que tu não sabes?
O que não sei, que tu não sabes?
Oh lua, radiante nua.
Leve-me para ti,
deseje-me como desejo a ti!
Lua, diga-me,
fale-me ao menos uma vez.
O que fiz para não merecer-te?
O que fiz foi estar aqui?
Errante mortal?
Por que quando te falo, se esconde entre negras nuvens,
como se não quisesse me ouvir?
Oh lua,
traiçoeira nua.
Diga-me, não se cale assim.
Desespera-me acreditar,
que sabes que não preciso estar aí,
para acolher o que não quero aceitar aqui.
Anne Moraes,
1995
lua nua.
Sabe tudo que não vejo,
meus mais secretos desejos,
nua lua.
O que sei, que tu não sabes?
O que não sei, que tu não sabes?
Oh lua, radiante nua.
Leve-me para ti,
deseje-me como desejo a ti!
Lua, diga-me,
fale-me ao menos uma vez.
O que fiz para não merecer-te?
O que fiz foi estar aqui?
Errante mortal?
Por que quando te falo, se esconde entre negras nuvens,
como se não quisesse me ouvir?
Oh lua,
traiçoeira nua.
Diga-me, não se cale assim.
Desespera-me acreditar,
que sabes que não preciso estar aí,
para acolher o que não quero aceitar aqui.
Anne Moraes,
1995
Amor
... e a menina perguntou a solitária Orquídea:
-Por que você é tão triste?
-Porque amo.
- Mas o amor não é coisa boa? - indagou confusa a inocente menina.
- Para os que amam e são amados, criança.
- Então por que você não ama quem te ama? - perguntou, achando que tinha encontrado a solução para o problema.
- Não é você quem escolhe o amor e sim ele que te escolhe.
A menina ergueu-se num pulo:
- Tchau, D. Orquídea!
- Onde vai , criança?
- Tenho que correr! Vou me esconder, para que o amor não me encontre, assim, nunca sofrerei.
E saiu correndo com sua inocência pelo extenso jardim.
A flor sorriu, com os olhos cheios de lágrimas, lembrando que um dia havia feito o mesmo.
Anne Moraes,
1994
-Por que você é tão triste?
-Porque amo.
- Mas o amor não é coisa boa? - indagou confusa a inocente menina.
- Para os que amam e são amados, criança.
- Então por que você não ama quem te ama? - perguntou, achando que tinha encontrado a solução para o problema.
- Não é você quem escolhe o amor e sim ele que te escolhe.
A menina ergueu-se num pulo:
- Tchau, D. Orquídea!
- Onde vai , criança?
- Tenho que correr! Vou me esconder, para que o amor não me encontre, assim, nunca sofrerei.
E saiu correndo com sua inocência pelo extenso jardim.
A flor sorriu, com os olhos cheios de lágrimas, lembrando que um dia havia feito o mesmo.
Anne Moraes,
1994
O mar
Ria, ria puro e poderoso mar.
Enquanto ri e brinca,
acalma as dores que sinto.
Acaricia incessantemente a pedra,
com suas incasáveis ondas.
Talvez queira acordá-la,
fazê-la sentir toda sua alegria.
Felizmente não durmo como as pedras.
Já não ligo mais para as dores
Suas ondas brincam com elas
Levando-as aos poucos para bem longe.
Sinto paz,
por algumas horas me permite
entrar em seu mundo.
As ondas se defrontam fortemente
e se juntam, formando uma só
e depois de uma explosão,
como uma gostosa gargalhada,
deslizam sobre a pedra (que dorme)
voltando para o mar.
Anne Moraes,
1994
Enquanto ri e brinca,
acalma as dores que sinto.
Acaricia incessantemente a pedra,
com suas incasáveis ondas.
Talvez queira acordá-la,
fazê-la sentir toda sua alegria.
Felizmente não durmo como as pedras.
Já não ligo mais para as dores
Suas ondas brincam com elas
Levando-as aos poucos para bem longe.
Sinto paz,
por algumas horas me permite
entrar em seu mundo.
As ondas se defrontam fortemente
e se juntam, formando uma só
e depois de uma explosão,
como uma gostosa gargalhada,
deslizam sobre a pedra (que dorme)
voltando para o mar.
Anne Moraes,
1994
O tapete
O tapete fica na casa,
sobre o frio piso
que piso.
O tapete fica no quarto,
em algum lugar do passado.
O tapete fica na sala onde corri,
brinquei, matei aos poucos tudo
que se mata em si.
Muitas lembranças existem,
na casa onde fica o tapete.
Essa casa é meu único e verdadeiro lar
e o tapete,
um simples tapete.
Anne Moraes,
1994
sobre o frio piso
que piso.
O tapete fica no quarto,
em algum lugar do passado.
O tapete fica na sala onde corri,
brinquei, matei aos poucos tudo
que se mata em si.
Muitas lembranças existem,
na casa onde fica o tapete.
Essa casa é meu único e verdadeiro lar
e o tapete,
um simples tapete.
Anne Moraes,
1994
Sentido
As gotas da chuva
deslizam pelo vidro do ônibus
como sêmem indo de encontro ao ventre.
Frieza?
Frios são os corações dos homens.
Anne Moraes,
1995
deslizam pelo vidro do ônibus
como sêmem indo de encontro ao ventre.
Frieza?
Frios são os corações dos homens.
Anne Moraes,
1995
Rosas
Por que são rosas?
Por que são rosas azúis,
rosas verdes,
rosas rosas?
Por que tantos nomes e não apenas
rosas?
Anne Moraes
1994
Por que são rosas azúis,
rosas verdes,
rosas rosas?
Por que tantos nomes e não apenas
rosas?
Anne Moraes
1994
Destino
Estranho como isso é estranho.
Estranho como entra em minhas entranhas
Estranho como toma posse de mim,
de nós...
É marca-passo, a cada passo,
destino.
Quem se esconde?
Não há onde.
E me leva, me arrasta.
Ora, bate a porta em minha cara.
Ora, me acolhe como nunca antes,
destino.
Indestinado para ser destino.
Muito irônico, irresponsável
Brinca com o irreparável,
até que destroça o que resta.
E quando pensa que nada mais presta,
vem turbilhão arrasador,
Destino consolador.
Anne Moraes,
1996
Estranho como entra em minhas entranhas
Estranho como toma posse de mim,
de nós...
É marca-passo, a cada passo,
destino.
Quem se esconde?
Não há onde.
E me leva, me arrasta.
Ora, bate a porta em minha cara.
Ora, me acolhe como nunca antes,
destino.
Indestinado para ser destino.
Muito irônico, irresponsável
Brinca com o irreparável,
até que destroça o que resta.
E quando pensa que nada mais presta,
vem turbilhão arrasador,
Destino consolador.
Anne Moraes,
1996
Caixinha de segredos
Se você é um universo a ser desvendado
Dentro de uma caixinha trancada
Da-me a chave
Serei eu quem descortinará cada detalhe de sua vastidão.
Anne Moraes,
2007
Dentro de uma caixinha trancada
Da-me a chave
Serei eu quem descortinará cada detalhe de sua vastidão.
Anne Moraes,
2007
Minha
Quando fizer com que essa palavra tenha todo o significado que desejo
Deixará de ser pronome possessivo
E passaremos a ser Um, artigo indefinido,
O que melhor define dois seres que se encontram
Porque já nao se pode saber onde terminam e onde começam.
Anne Moraes,
2007
Deixará de ser pronome possessivo
E passaremos a ser Um, artigo indefinido,
O que melhor define dois seres que se encontram
Porque já nao se pode saber onde terminam e onde começam.
Anne Moraes,
2007
O que me furta
Busco no seu olhar algo que me diga que quer se entregar
Às vezes enxergo no brilho que deixa escapar
O desejo de ser sem medo do que virá
E nesse momento eu vejo que posso me perder
E enfim me encontrar
Nesses raros momentos que brilha assim, seu olhar.
Sei, que num desses deslizes, sem que perceba,
Te farei minha
E tua serei
Então poderei todos os dias contemplar o brilho que me furta
Por medo de se entregar.
Anne Moraes,
2007
Às vezes enxergo no brilho que deixa escapar
O desejo de ser sem medo do que virá
E nesse momento eu vejo que posso me perder
E enfim me encontrar
Nesses raros momentos que brilha assim, seu olhar.
Sei, que num desses deslizes, sem que perceba,
Te farei minha
E tua serei
Então poderei todos os dias contemplar o brilho que me furta
Por medo de se entregar.
Anne Moraes,
2007
Desejo
Entre a palavra e o que sinto,
Entre o que posso e o que penso,
Entre...
Há sempre algo.
O desejo que era, agora não mais existe.
Tudo tão depressa e o que deveria ser feito
Permanece intocado.
Nada pode ser pior que o inacabado
Pois fica um desejo não realizado, que pulsa
Até o tempo em que deveria pulsar,
se não fosse interrompido.
Fica a busca
Mas, nada se encontra.
Fica o pensamento
Mas, nada se pode dizer.
O sentimento existe
Mas, não é realizado
Fica então o nada
Como era no princípio
Nada além do querer.
Anne Moraes
2005
Entre o que posso e o que penso,
Entre...
Há sempre algo.
O desejo que era, agora não mais existe.
Tudo tão depressa e o que deveria ser feito
Permanece intocado.
Nada pode ser pior que o inacabado
Pois fica um desejo não realizado, que pulsa
Até o tempo em que deveria pulsar,
se não fosse interrompido.
Fica a busca
Mas, nada se encontra.
Fica o pensamento
Mas, nada se pode dizer.
O sentimento existe
Mas, não é realizado
Fica então o nada
Como era no princípio
Nada além do querer.
Anne Moraes
2005
sexta-feira, 5 de dezembro de 2008
Inexplicável
Te jurei muito cedo o incerto amor.
Amor é sentimento sublime,
Vem com o tempo, quando se vai descobrindo
aos poucos o ser a quem se está entregando,
quando realmente
Ao ver o pedestre passar
Com rápidos passos.
Cada passo é um segundo.
A cabeça, nem sei onde se encontra.
O olhar, perdido entre tantos outros
que como ele, passam.
Passam pela vida e cada passo
os aproxima da morte, mistério...
Ao ver o pedestre passar,
Eu vejo o tempo que cada segundo leva.
Ele passa despercebido.
Nem se dá conta, que por um rápido momento
me faz ver a vida,
que seus passos levam.
Depois que o pedestre passa,
Com o pensamento solto no ar,
Deixa saudades dos poucos momentos
em que me fez sonhar,
ao vê-lo passar.
Anne Moraes
1995
Cada passo é um segundo.
A cabeça, nem sei onde se encontra.
O olhar, perdido entre tantos outros
que como ele, passam.
Passam pela vida e cada passo
os aproxima da morte, mistério...
Ao ver o pedestre passar,
Eu vejo o tempo que cada segundo leva.
Ele passa despercebido.
Nem se dá conta, que por um rápido momento
me faz ver a vida,
que seus passos levam.
Depois que o pedestre passa,
Com o pensamento solto no ar,
Deixa saudades dos poucos momentos
em que me fez sonhar,
ao vê-lo passar.
Anne Moraes
1995
Falsos Reflexos
Os espelhos mentem.
Mentem descaradamente.
Fazem-nos acreditar que
o que vemos, é o mais importante.
Falsos reflexos que o tempo apaga.
Os espelhos enganam.
Enganam aqueles que acreditam
que a beleza está na carne.
O que está dentro, os espelhos não mostram.
Não mostram a verdade que o tempo não apaga.
Os espelhos com seus falsos reflexos
Consolam aqueles a que só resta a beleza
que nem se dão conta que o tempo levará.
Anne Moraes
1995
Mentem descaradamente.
Fazem-nos acreditar que
o que vemos, é o mais importante.
Falsos reflexos que o tempo apaga.
Os espelhos enganam.
Enganam aqueles que acreditam
que a beleza está na carne.
O que está dentro, os espelhos não mostram.
Não mostram a verdade que o tempo não apaga.
Os espelhos com seus falsos reflexos
Consolam aqueles a que só resta a beleza
que nem se dão conta que o tempo levará.
Anne Moraes
1995
Sociedade
A águia sobrevoa os mortos-árvores
a procura de vivas-presas
mas, o que encontra são vivos-mortos-árvores
que andam, correm, comem, dormem...
mas não vivem mais do que as simples
vivas-árvores.
Anne Moraes
1995
a procura de vivas-presas
mas, o que encontra são vivos-mortos-árvores
que andam, correm, comem, dormem...
mas não vivem mais do que as simples
vivas-árvores.
Anne Moraes
1995
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